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VEGETARIANISMO: MITOS, VERDADES E DICAS

  • alquimiadesabores
  • 26 de fev. de 2021
  • 6 min de leitura

Nutricionista, gastrônoma e adeptos compartilham experiências e dicas para facilitar no processo de transição ao movimento



O número de adeptos ao vegetarianismo e veganismo têm crescido no Brasil nos últimos anos, estima-se que 14% da população é vegetariana, segundo dados do IBOPE em uma pesquisa feita em 2018, esse número cresceu aproximadamente 75% em relação à 2012.


O QUE É SER VEGETARIANO?

A Sociedade Vegetariana Brasileira, SVB, aponta os diferentes modos de vegetarianismos que podem existir

Ovolactovegetarianismo: os adeptos utilizam ovos, leite e laticínios em sua dieta.

Lactovegetarianismo: os adeptos utilizam leite e laticínios em sua dieta.

Ovovegetarianismo: os adeptos utilizam ovos em sua dieta.

Vegetarianismo estrito: os adeptos não utilizam nenhum produto de origem animal em sua dieta.


A nutricionista Natalia Coelho, também inclui o Semivegetarianismo, que são as pessoas que na maioria do tempo não comem produtos que contém proteína animal ou de origem animal, mas algumas vezes os consomem.


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VEGETARIANISMO X VEGANISMO


Muitos confundem o vegetarianismo com veganismo ou não sabem a diferença dos dois. Segundo Natalia, do ponto de vista nutricional, ser vegetariano é você não consumir nenhum tipo de carne. Isso inclui: peixes, frutos do mar, carnes, embutidos, como salame, presunto etc. Cada um se encaixando nos modos de vegetarianismo destacados anteriormente.

Já o veganismo, segundo a Vegan Society, é um modo de vida. Os adeptos vão além da alimentação, produtos de higiene, beleza, roupas, sapatos e tudo o que envolve a exploração e crueldade com os animais é excluído da vida do vegano.

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Com toda essa filosofia, os números continuam crescendo. O Google Trends, uma ferramenta que permite a visualização do volume de busca no Google mostrou um aumento de buscas pelos temas nos últimos anos, de no mínimo 2% em relação ao ano interior, demonstrando um maior interesse. A plataforma acredita que o este ritmo de busca se mantenha. Mas o que gera todo esse aumento? A nutricionista, destaca alguns motivos que levam as pessoas a procurarem ser adeptos a esse estilo de vida.


1. ÉTICA O motivo é simples: os animais. Segundo a nutricionista esse é uma das principais causas das pessoas mudarem seus hábitos alimentares. Não compactuar com o confinamento, abate e sofrimento deles. É justo matar animais para o seu próprio prazer? Por que amamos uns e matamos outros? (saiba+)


2. SAÚDE A Sociedade Vegetariana Brasileira, aponta que alguns estudos sobre como o vegetarianismo pode ser mais saudável que o consumo de carne. Segundo estudos, o consumo de carne e produtos de origem animal está associado ao aumento de doenças crônicas e alguns tipos de câncer. (saiba+)

3. MEIO AMBIENTE

O consumo de carne está diretamente ligado à poluição e degradação do solo. Como? Segundo a SVB, o setor pecuário é o maior responsável pela erosão de solos e contaminação dos aquíferos. Os gases do gado que podem vir a piorar o efeito estufa e o desmatamento da Amazônia que é feito para plantar a alimentação dos animais, são outros motivos que preocupam os adeptos. (saiba+)


4. SOCIEDADE

Além dos fatores destacados acima também há a questão de desperdício de alimentos. A proteína vegetal utilizada para alimentar um boi poderiam alimentar muitas pessoas. A matemática é simples: são utilizados de 2 a 10kg de proteína vegetal para produzir apenas 1 kg de proteína animal. Para a água os números são maias assustadores: a média global para produzir 1 kg de carne bovina é mais de 15 mil litros de água. (saiba+)


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Fonte: EBC



Por esses motivos, e alguns outros, que Cassiana Cordeiro, parou de consumir carne. A produtora multimídia, de 23 anos, não tinha intenção de ser vegetariana na época e começou excluindo embutidos e industrializados, como presunto, linguiça, salsicha e afins. Um ano e meio depois excluiu as carnes da dieta de um dia para o outro. A jovem não teve desafio algum em adotar a dieta e destaca como principal motivo dessa adoção a questão dos animais, “Comer cadáveres sem real necessidade para mim perdeu o sentido. Convivendo com mais vegetarianos e estudando a motivação foi tomando outras proporções. Como a questão energética, ambiental, por aí vai...”.

Para Laura Cardoso, de 22 anos, os motivos são os mesmos. Adepta à dieta há quase 2 anos também parou de consumir de um dia para o outro, mas destaca o maior desafio, resistir à tentação no início do processo, “Eu não parei de comer carne porque eu não gostava mais de carne, eu parei de comer por conta dos bichos e da crueldade. Eu ainda gostava de carne e resolvi parar. Mas resisti e estamos aí 1 ano e 7 meses sem comer carne”.

Além dos motivos destacados pela SVB, muitos param de consumir produtos de origem animal por intolerância ou alergias. A estudante de gastronomia, Larissa Lopes, é vegetariana em processo de veganismo e dona de uma página no Instagram, O Garfar, que ensina aos seguidores suas receitas veganas adaptadas e começou seu processo no meio da sua graduação onde se viu intolerante à glúten e lactose.




COMO FAZER A TRANSIÇÃO?

Nem todos são como Cassiana e Laura, que pararam de comer carne de um dia para o outro e sem acompanhamento nutricional. O nutricionista pode te ajudar a se adaptar ao novo estilo de alimentação e deixar seu organismo com todas as vitaminas e minerais balanceados. Natalia sugere começar com o “Segunda sem Carne”, campanha lançada em 2009 peça SVB para conscientizar as pessoas sobre os impactos do consumo de carne no mundo, e incluir leguminosas como feijão, lentilha, grão de bico, e verduras em sua alimentação. Larissa acredita na transição processual, “Eu penso assim, tudo que vem muito rápido, vai muito rápido. Nenhuma ideia é colocada de fora para dentro e sim de dentro para fora. Isso é construído com o tempo”, e de pouco em pouco se adaptou ao novo estilo de vida. Nesse processo, a gastrônoma em formação, aponta uma forma mais agradável de levar a transição “Acho importante buscar memórias afetivas em relação ao que você comia para não ser tão difícil. Porque pode ser muito complicado parar de comer algo que você sempre comeu e sempre gostou”.





MITOS



GRÁVIDAS E CRIANÇAS NÃO PODEM SER VEGANAS/VEGETARIANAS


MITO. A alimentação vegetariana pode ser adotada em qualquer fase da vida da pessoa. Todos os nutrientes necessários podem ser obtidos na dieta vegetariana. A Vitamina B12 é o único nutriente ausente numa dieta vegetariana estrita, mas pode ser suplementada. O recém-nascido, até os 6 meses, precisa do aleitamento materno e suplementar Vitamina B12, e dos 6 meses aos 2 anos qualquer criança precisa do suplemento de ferro, vegetariano ou não. Para as gestantes o suplemento de Vitamina B12 é necessário.



SER VEGANO/VEGETARIANO NÃO É SAUDÁVEL


MITO. Pelo contrário, vegetarianos tem menos riscos de desenvolver doenças crônicas como diabetes, colesterol. Estudos recentes apontam que a alimentação a base de plantas promove mais qualidade de vida e mias longevidade. De forma geral, o vegetariano acaba consumindo maior quantidade de nutrientes que as pessoas que comem carne, segundo alguns estudos.




PARAR DE COMER CARNE TE FAZ MAIS FRACO


MITO. Segundo a OMS, estima-se que 1/3 da população mundial tem deficiência de ferro. Ou seja, vegetarianos ou não têm essa deficiência. De acordo com a nutricionista, existem dois tipos de ferro, o de origem animal (encontrado em carnes), é absorvido sozinho, e de origem vegetal (encontrado em leguminosas) é um ferro que tem dificuldade de ser absorvido. Para melhorar essa absorção, Natalia indica o consumo de vitamina C na refeição ou após a refeição para balancear o ferro no organismo.




SOMENTE VEGETARIANOS/VEGANOS PRECISAM DE SUPLEMENTOS VITAMÍNICOS


MITO. Qualquer pessoa considerada do grupo de risco, gestantes, idosos, crianças, pessoas com doenças crônicas, merecem atenção especial sendo vegetarianas ou não.




PROTEÍNA VEGETAL E ANIMAL SÃO DIFERENTES


VERDADE. O teor de cada nutriente nos produtos de origem vegetal é diferente dos de origem animal. Mas ambos conseguem suprir a necessidade corporal, buscando um equilíbrio na alimentação.




NÃO É POSSÍVEL SUBSTITUIR CARNE NA DIETA


MITO. É possível fazer a substituição, tanto nem termos de saciedade quanto em termos de teor de proteína. Numa dieta equilibrada a proteína tem que suprir de 10 a 15 por cento do total de calorias do dia. Se o indivíduo ingerir proteínas vegetais que equivalem a esse número, essa alimentação inclui os aminoácidos essenciais. Para substituir a carne não é indicado trocá-la por ovos e queijos, a melhor opção é trocar por leguminosas como: feijão, grão-de-bico, soja, lentilha que suprem melhor em relação a quantidade de proteínas e mais compatível com a proteína animal.




VEGETARIANOS/VEGANOS PRECISAM DE SUPLEMENTOS VITAMÍNICOS


VERDADE. Pelo menos 50% dos vegetarianos têm deficiência da Vitamina B12 e de Ferro, quando ocorre essa deficiência o indicado é entrar com suplementação, pois com a alimentação não dá para suprir a falta dessas vitaminas. A Vitamina B12 pode ser estocada no fígado por aproximadamente 3 anos, a suplementação vai depender de quanto tempo essa pessoa adotou a dieta, histórico familiar, histórico de alimentação na vida. Ou seja, quem quiser adotar a dieta é importante o acompanhamento com o nutricionista.





DICAS DE PRATOS

Se sentiu motivado para tentar entrar no movimento? A estudante de gastronomia, Larissa, dá dicas de pratos para quem está pensando em aderir à direta, para a transição ser mais fácil e leve, e quem não sente vontade de provar essas obras de arte? Ele ensina tudo lá no O Garfar




Feito com feijão, vegetais e lentilha e muuuitos condimentos como páprica defumada e fumaça líquida.




Pode ser de grão de bico, de cogumelo, de proteína de soja.... Esse aqui é de tofu!




 
 
 

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